Foi feito um estudo nos EUA, com cadáveres de mulheres que ficaram expostos ao sol por 60 dias. Os pesquisadores analisaram os efeitos da radiação solar sobre a camada mais externa da pele, chamada estrato córneo. Esse revestimento do corpo, formado basicamente por queratina, protege os tecidos mais internos contra lesões e infecções, além de manter a umidade e a textura da pele.
Eles analisaram o resultado da exposição aos raios ultravioleta B (UVB) – que atingem apenas a camada mais superficial da pele, deixando-a vermelha – em cadáveres de mulheres brancas, entre 22 e 81 anos. Durante 60 dias seguidos de "bronzeamento", foram observados os tecidos do abdômen e das mamas, regiões do corpo tradicionalmente menos expostas ao longo da vida.
A ideia dos pesquisadores era ver os prejuízos da radiação além dos já conhecidos danos relacionados ao DNA, ao envelhecimento e à incidência de câncer em quem toma sol demais sem proteção. Ao longo dos dois meses de trabalho, a firmeza da camada externa se manteve, mas foi vista uma grande redução na força de ligação (coesão) entre as células e na tensão necessária para fraturar o estrato córneo, além de mudanças estruturais na queratina e nos lipídios (gordura) presentes na superfície da pele.
Os raios UVB afetam a nossa barreira de proteção natural, podendo levar a rachaduras, fissuras, inflamações, infecções, descamações e cicatrizes. A equipe acredita que a descoberta possa levar a um método quantitativo para determinar a eficácia de filtros solares contra os danos causados pela radiação ultravioleta.
Prós e contras do sol
Apesar de ser considerada perigosa, por favorecer o câncer de pele em humanos, a radiação solar UVB – em doses diárias adequadas, antes das 10h da manhã e depois das 16h – é essencial ao corpo para a produção da vitamina D, que se liga ao cálcio e previne doenças como a osteoporose.
Além dos raios UVB, existem os UVA, que são mais intensos, penetram profundamente na pele – na epiderme e na derme – e causam o bronzeado pós-praia ou piscina. Eles pigmentam a pele, mas também podem provocar manchas.
Um filtro com fator de proteção solar acima de 15 protege contra os dois tipos de raios ultravioleta. Abaixo disso, pode barrar mais o UVB que o UVA. O filtro é justamente este: evitar que a pessoa fique vermelha, mas volte para casa com a marca do biquíni ou da sunga, porque não existe bloqueio 100% contra os raios UVA. Com o protetor, o indivíduo pigmenta, mas é menos.
Os raios UVA são constantes o dia inteiro, mesmo em dias nublados, e ultrapassam o vidro de carros, as nuvens e as camadas de poluição. Já os UVB podem ser bloqueados pelas nuvens e outras barreiras físicas.
É importante lembrar que não existe um mais perigoso que o outro, UVB que provoca a queimadura quanto o UVA que bronzeia. Por isso, o ideal é tomar sol de maneira adequada, protetor acima de 15 nos horários orientados pelos dermatologistas, antes das 10h da manhã e depois das 16h.