quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Os riscos de fumar durante a gestação

                             

A gestação de um modo geral é um momento muito especial na vida da mulher. A grávida manifesta uma grande preocupação com a saúde do feto e com a gestação. Nesse período, costuma cuidar mais da sua saúde que está intimamente ligada à do feto, emergindo um sentimento inato de preservação da espécie. A grávida tabagista não foge à regra em relação a essa preocupação. Esse é um momento de contato muito importante, onde a gestante deve ser motivada a parar de fumar, visto que os ganhos relacionados à sua própria saúde e a do feto são fantásticos. 

É muito comum a grávida parar de fumar durante a gestação e retornar a fumar durante a amamentação, por desconhecer completamente os riscos de fumar nesse período da vida do bebê.

Todas as mulheres já sabem dos malefícios que o cigarro causa. Durante a gravidez não seria diferente. Mulheres que mantém o vício de fumar nos primeiros três meses de gravidez correm o risco de sofrer aborto natural, sangramentos, descolamento de placenta e parto prematuro, além de problemas de saúde congênitos para o bebê. 

Quando ainda está na barriga, o bebê absorve tudo que está no sangue da mãe. A mãe fumante, além de oxigênio no sangue também tem monóxido de carbono, que é liberado pela fumaça do cigarro. Ou seja, o bebê “fuma” junto com a mãe.  Além disso, a nicotina, outra substância presente no cigarro, estreita os vasos sanguíneos fazendo com que chegue menos nutrientes e oxigênio para o feto, o que pode acarretar graves problemas de desenvolvimento.

Efeito da nicotina durante a fertilização

As adolescentes que começam a fumar antes dos 18 anos de idade têm suas chances de engravidar diminuídas em até 50%, ou poderão ter um atraso na primeira gestação. Caso a adolescente fume um maço por dia, essas chances caem mais ainda. Isso ocorre, devido as alterações nos hormônios femininos, dificultando a maturação do óvulo e a implantação do mesmo após a fecundação. Quando a implantação do óvulo é bem sucedida, muitas vezes a gravidez é interrompida, bem no início, nem sendo percebida pela mulher como um aborto espontâneo. Já nos homens fumantes, há uma redução na concentração dos espermatozóides. Esses podem ter uma alteração na sua estrutura, facilitando a ocorrência de aborto por má-formação no feto, além da diminuição na sua movimentação, dificultando a fecundação do óvulo.

Efeito da nicotina na gestação

Durante a tragada, ela atinge rapidamente a circulação e o cérebro da mãe, liberando várias substâncias como a noradrenalina, dopamina e vasopressina. Essas substâncias atuam sobre a circulação da mãe provocando a contração dos vasos sangüíneos, o aumento dos batimentos do coração, culminando com o aumento da pressão arterial. A gravidez quando cursa com pressão alta é considerada de risco, tanto para a mãe quanto para o feto.

O cigarro provoca muitos danos na gestação, além do bebê nascer prematuro, pode nascer com peso abaixo do normal. A saúde da mamãe também é prejudicada. Por causa do estreitamento dos vasos sanguíneos causado pela nicotina, e da pressão natural que a gravidez causa nas veias abdominais, a circulação de sangue nas pernas fica comprometida, podendo causar trombose, que é a formação de coágulos dentro das veias. Se não for tratada rapidamente, a trombose pode se complicar e acarretar problemas mais sérios como:

Embolia pulmonar: (vimos no post anterior) o coágulo pode soltar da veia e ir até o pulmão, causando falta de ar e dor para respirar. A gravidade do problema depende do tamanho do coágulo, variando desde sutil até insuficiência respiratória aguda.

Trombose na placenta: é a formação de coágulos na placenta, que pode evoluir para insuficiência placentária (a placenta não consegue mais levar oxigênio e nutrientes para o feto). A gravidade também é variável, e nos quadros mais graves pode levar até a morte do bebê.

O cigarro pode estimular o desenvolvimento de diversas doenças; ainda assim, muitas pessoas insistem em manter o vício. O que agrava a situação, no caso das gestantes, é que elas não estarão prejudicando apenas o próprio organismo, mas também o de um bebê que, ao nascer, já poderá apresentar diversos problemas por conta do costume nocivo da mãe.

Efeito da nicotina durante a amamentação


Na fase de amamentação, o bebê tem um contato direto com a mãe. Caso ela ou qualquer outra pessoa fume no ambiente fechado da casa, o bebê involuntariamente também fumará, pois a fumaça do cigarro será inalada pelos seus pulmões. Passará a ser considerado um fumante passivo, por estar exposto involuntariamente a milhões de substâncias tóxicas contidas na fumaça do cigarro.

A cotinina, um metabólito da nicotina, é eliminada no leite da mãe tabagista. Portanto, mesmo que a mãe fume do lado de fora da casa para não expor seu bebê à fumaça do cigarro, esse será exposto à nicotina através do leite materno. Os níveis de cotinina detectados em crianças filhas de mães fumantes que amamentam são equivalentes aos dos fumantes ativos.

A mãe fumante pode ter maior dificuldade em amamentar por ter os níveis do hormônio responsável pela produção do leite (prolactina) diminuído. Em conseqüência, essas crianças ganham peso em menor velocidade, chegando a até 40% menos quando comparadas com crianças amamentadas por mães nãos-fumantes.

Por outro lado, deve-se encorajar a amamentação natural mesmo nas mães que não conseguiram deixar o tabagismo, pois sabe-se que crianças filhas de fumantes alimentadas artificialmente estão da mesma forma expostas a fumaça do cigarro no ambiente doméstico e, além disso, ao risco adicional de doenças respiratórias, gastrintestinais, alérgicas, caso não sejam amamentadas. Em função da curta meia vida da cotinina no leite (aproximadamente 1½ hora), nessas situações, deve-se recomendar às mães fumantes que não conseguiram parar de fumar que esperem cerca de duas horas após o último cigarro para o início da amamentação.

Por isso, ame seu filho e acima de tudo demonstre isso a ele!

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