No post anterior falamos sobre o mecanismo do álcool no nosso organismo. Agora vamos falar porque está bebida vicia.
Um estudo realizado pela Ernest Gallo Clinic em São Paulo e pela Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, esclareceu como funciona o mecanismo do vício em álcool.
Pela primeira vez, foi comprovado em seres humanos que a liberação de endorfinas, substâncias que o cérebro produz responsáveis pelo prazer, é a principal causa do problema. E conseguiram identificar as regiões do cérebro aonde a endorfina é liberada. As outras pesquisas eram realizadas com animais, e não mostravam tanto detalhamento.
As endorfinas são liberadas nas regiões cerebrais do núcleo accumbens, ligado ao prazer, e do córtex órbito-frontal, parte do córtex pré-frontal, que é responsável por processos cognitivos e de tomada de decisão.
A pesquisa foi realizada com dois grupos, um com 13 alcóolatras e 12 bebedores ocasionais. Assim, eles perceberam que, além de dar prazer, a bebida é capaz de modificar o cérebro de quem bebe regularmente, proporcionando cada vez mais prazer e levando a pessoa à dependência química.
Foi visto que quanto maior a quantidade de endorfina liberada no núcleo accumbens, maior era a sensação de prazer em ambos os grupos. Mas, quanto mais liberada no córtex órbito-frontal, mais o grupo alcoólatra ficava embriagado, fato que não ocorreu no grupo de bebedores com menor frequência.
Essa novidade pode ajudar na criação de novos remédios para tratar o alcoolismo com mais eficácia do que a naltrexona, usada atualmente para combater o vício. Segundo os pesquisadores, o problema desse medicamento é que ele não bloqueia as substâncias prazerosas liberadas apenas pelo álcool e, por isso, muitos pacientes abandonam o tratamento por causa da sensação que o remédio causa. Ao descobrir onde a dependência começa, poderá ser mais fácil encontrar um fim para ela.
A melhor maneira de previnir o alcóolismo é não tomando o primeiro gole.
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